A perícia por trás da elucidação da chacina que abalou o país
Impressões digitais, vestígios e DNA foram elementos essenciais para a elucidação de um dos crimes mais bárbaros da história do Distrito Federal. Cinco suspeitos foram identificados e presos, além de um menor apreendido ontem
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)
Análise de impressões digitais, coleta de vestígios, necropsia e confronto genético. Os elementos fazem parte de um trabalho minucioso da perícia técnica do Distrito Federal, que foram fundamentais na elucidação da maior chacina do DF. Em um tempo recorde, peritos papiloscopistas, peritos criminais e peritos médicos-legistas desvendaram detalhes do massacre que resultou na morte de 10 pessoas da mesma família. O resultado foi a identificação ágil de quatro vítimas encontradas em avançado estado de decomposição e dos autores já presos — incluindo o adolescente de 17 anos, acusado de atuar nos crimes, que foi apreendido novamente, ontem, pela Polícia Civil (PCDF), por meio de mandado expedido pela Vara da Infância e Juventude (VIJDF) e cumprido pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I).
O Correio visitou o Instituto de Identificação (II), o Instituto de Criminalística (IC), o Instituto de Medicina Legal (IML) e o Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) e conversou com profissionais da linha de frente do caso. As investigações da Polícia Civil (PCDF) sobre a chacina começaram em 13 de janeiro, quando o carro da cabeleireira Elizamar da Silva, 37 anos, foi encontrado carbonizado e com os corpos dela e dos três filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos, Rafael e Rafaela, 6, dentro do veículo, em Cristalina (GO). A identificação da empresária e das crianças ficou a cargo do IML de Goiás. Um dia depois, os policiais localizaram os corpos de Renata Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, — mulher e filha de Marcos Antônio Lopes, 54, — também carbonizados dentro de um veículo, em uma rodovia de Unaí (MG). As duas mulheres foram identificadas pelo IML de MG. Já o corpo de Marcos foi encontrado enterrado na casa alugada por Horácio Carlos, 49, um dos presos. O patriarca da família foi encontrado sem os braços e a cabeça e em estado avançado de decomposição, o que comprometeria a identificação por meio da análise de impressões digitais.
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