Grupos contrários ao resultado das eleições voltam a ocupar rodovia federal, diz PRF

Durante manhã, corporação informou que interdições ilegais haviam sido todas desfeitas. Porém, durante à tarde, pessoas bloquearam pista em Vilhena, Rondônia.

Após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informar, na manhã desta quarta-feira (9), que não havia mais bloqueios em rodovias, grupos contrários ao resultado das eleições voltaram a obstruir pistas. Segundo a corporação, um trecho de uma rodovia em Vilhena, no estado de Rondônia, foi ocupado.

Desde o dia 30 de outubro, quando as interdições ilegais começaram, segundo a PRF foram desfeitas 1.087 manifestações. Os atos começaram ainda na noite do segundo turno das eleições 2022, e o ápice ocorreu no dia 1º de novembro, quando foram pelo menos 460 bloqueios, em 22 estados e no Distrito Federal.

No dia 31 de outubro, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram uma decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à PRF e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias.

Os atos provocaram transtornos em diversas regiões, com suspensão de venda de passagens de ônibus interestaduais, desabastecimento de produtos e suspensão de serviços de saúde (confira detalhes neste reportagem).

Segundo levantamento da PRF, até terça-feira (8), houve 65 prisões e 7,3 mil multas foram aplicadas a motoristas, pelos bloqueios nas rodovias. A corporação afirma que as infrações somam R$ 18,6 milhões.

A manhã desta quarta-feira, foi a primeira vez, desde então, sem obstruções em rodovias federais.

Investigação

Bloqueio de bolsonaristas na Rodovia Castello Branco, na quarta-feira, 2 de novembro de 2022 — Foto: Reprodução/TV Globo

Bloqueio de bolsonaristas na Rodovia Castello Branco, na quarta-feira, 2 de novembro de 2022 — Foto: Reprodução/TV Globo

Em meio à situação, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo o ofício, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.

O MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF sobre o bloqueio nas vias federais, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso, Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.

A prevaricação está configurada quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou age contra regra expressa em lei, “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção de três meses a um ano, e multa.

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