Advogado que agrediu mulheres é conhecido por dar calote em oficinas: “Trambiqueiro”

“Quando o serviço ficou pronto ele saiu com veículo dizendo que iria fazer um teste e nunca voltou”, relatou uma das vítimas do calote

Jade Abreu

CLEDMYLSON LHAYR FEYDIT FERREIRA

O advogado Cledmylson Lhayr Freydit Ferreira ficou conhecido nesta semana por agredir mulheres no Sudoeste, após uma discussão iniciada por conta do cachorro Pipoca, que andava sem coleira nem guia. A má fama, no entanto, já acompanhava o homem pelos quatro cantos do Distrito Federal. Desde 2010, pelo menos, Ferreira é mal visto em oficinas de carros por dar ‘calote’ após consertar os veículos.

Pelas oficinas da cidade, o fusca branco de 1986 é sinônimo de dor de cabeça aos proprietários dos empreendimentos. “Quando o serviço ficou pronto, ele saiu com veículo dizendo que iria fazer um teste e nunca voltou”, relatou outra vítima do golpe, que prefere não se identificar. O dono da oficina disse que o serviço sairia por R$ 18 mil.

“É um trambiqueiro de marca maior”. Assim definiu outra vítima de Cledmylson, que também pediu anonimato. “Ele me contratou para montar um motor preparado, com turbina e injeção eletrônica. Como faltam algumas peças para funcionar, ele entrou na Justiça e quer que eu pague do meu bolso”, disse. Desde então, o veículo está parado na oficina, há três anos.

Fusca Branco está há três anos em oficina

No processo o qual o Metrópoles teve acesso, a decisão da 11ª Vara Cível é que o advogado retire o automóvel do local. Em mensagens trocadas, o dono da oficina informa os detalhes para que o veículo seja removido, mas alega que Ferreira ainda não foi buscar.

Assim como na discussão com a mulher no Sudoeste, o documento processual apresenta alegações de xingamentos. Ferreira diz que foi chamado de “mancueba safado”, referindo-se à dificuldade de locomoção que tem na perna esquerda.

Outros veículos

Além do fusca, donos de oficina relataram que Ferreira teria agido com má-fé em outros dois veículos: um Polo e um Jetta Branco. Segundo os empresários, Ferreira dava uma “carteirada” quando era cobrado pelos serviços. “Brasília é muito pequena. Evitei a cobrança devido a indicação”, explicou um dos empresários. “Muitas das vezes as pessoas acreditariam em um advogado e não em um prestador de serviço”, lamenta.

Essa terceira vítima dos golpes informou que os prejuízos foram menores do que o dos mecânicos anteriores, já que tratava apenas da manutenção dos veículos.

Outro lado

Metrópoles tentou contato com o advogado Cledmylson, mas foi informado, por um amigo, que o homem está internado em um hospital. O suposto amigo defendeu o agressor, e disse que ele é um homem simples, que só tem o Pipoca – cachorro pivô de toda a confusão no Sudoeste–, um Opala e um relógio avaliado em R$ 60 mil na vida.

No WhatsApp, Ferreira se define como “advogado, piloto de avião e de helicóptero e defensor de todos os animais”

Agressões

Cledmylson Ferreira foi flagrado batendo na advogada Giselle Piza, 39 anos. A vítima afirmou que o agressor estava com o cachorro solto e ela, que é dona de um shih-tzu, alertou o homem sobre o risco de ocorrer um ataque, já que o pet dele é bem maior e estava sem focinheira.

Cledmylson tentou fugir, e Giselle pegou o celular para fotografar a placa do carro dele. Ao ver que a mulher estava gravando, o advogado tomou o celular das mãos de Giselle e a agrediu.

Veja imagens da agressão:

Mulher agredida no Sudoeste

Ela sofreu escoriações pelo corpo e está abalada psicologicamente Reprodução

Mulher agredida no Sudoeste

“Fiquei em estado de choque. Eu cheguei a alertá-lo que o cachorro dele tinha que estar com guia e com focinheira. Jamais imaginei que isso acabaria assim, com tanta violência”, disse Giselle. O advogado foi preso.

metropoles

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