Estoque de leite materno precisa aumentar no DF

É preciso que os bancos de leite recebam dois mil litros por mês em doações deste alimento, vital para o desenvolvimento de recém-nascidos

 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A. Press. )

(crédito: Minervino Junior/CB/D.A. Press. )

Brasília fechou 2022 com saldo positivo para doação de leite materno. No ano passado, 7.160 mulheres participaram da rede de solidariedade e ajudaram a nutrir quase 15 mil crianças. O resultado foi bastante positivo, entretanto, ainda foi um desempenho 4% menor do que em 2021.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), mensalmente, cerca de 200 bebês são internados nos hospitais públicos e precisam ser alimentados com leite materno. Sabe-se que o alimento é vital para o desenvolvimento infantil por ser capaz de nutrir e hidratar um recém-nascido exclusivamente por seis meses e segundo o Ministério da Saúde, de forma complementar até os 2 anos de idade.

“O leite materno é padrão ouro da alimentação infantil. É um alimento que proporciona todos nutrientes para crescimento e desenvolvimento, com fatores imunológicos. Portanto, é único e inigualável”, explica a Dra. Miriam Oliveira dos Santos, médica pediatra e coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno do DF.

Apesar do Dia Mundial da Amamentação ser celebrado apenas em agosto, é essencial que a campanha de conscientização acerca do assunto seja abordada ao longo de todo o ano. A iniciativa simboliza a luta pelo incentivo ao aleitamento materno, mas também busca potencializar a doação para bancos de leite.

A SES/DF indica que os Bancos de Leite Humano e os Postos de Coleta de Leite Humano (BLH/PCLH) têm a missão de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno e ainda fazem a coleta, o processamento e a distribuição do leite humano.

“Para toda mulher que deseja amamentar, estamos disponíveis para apoiar. Através desta proteção e apoio ao aleitamento materno, conseguimos sensibilizar as mulheres para doar o excedente. Após esse processo, pausterizamos o alimento com um rigoroso processo de controle de qualidade e distribuímos para os bebês internados que, por motivos variados, não recebem o leite da sua própria mãe”Dra. Miriam Oliveira dos Santos, médica pediatra e coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno do DF

Contudo, apesar de serem essenciais, o estoque do Distrito Federal precisa da atenção da população. “Estamos com uma média de 1.550 litros por mês. Entretanto, o ideal seria de dois mil litros para conseguirmos atender a demanda crescente. Muitas vezes, as mulheres pensam que doar um pote por semana é pouco, mas a realidade não é essa”, comenta a médica.

De acordo com a Rede Global de Bancos de Leite Humano, um pote de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que ele for alimentado.

Brasil é referência

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui a maior e mais complexa rede de Banco de Leite Humano (rBLH) do mundo. O órgão ressalta que o programa é modelo para a cooperação internacional em mais de 20 países das Américas, Europa e África, estabelecida por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

No Distrito Federal, os bancos de leite da rede pública de saúde possuem a certificação de “Padrão Ouro”, classificação concedida pelo Programa Internacional Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano (IBERBLH).

“Trata-se de um certificado que avalia o padrão das informações prestadas no sistema de informação da rede de Banco de Leite Humano (BLH). Atualmente, foi substituído por um credenciamento mensal onde temos que atender a diversos parâmetros”, explica a médica pediatra.

Segundo a especialista, a capital é reconhecida como uma das melhores redes de BLH devido a sua estrutura, materiais de insumo, apoio institucional do Governo do Distrito Federal (GDF) e coleta domiciliar realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

Como doar

A mãe doadora pode fazer o cadastro no Disque Saúde 160 (opção 4), pelo site Amamenta Brasília (http://amamentabrasilia.saude.df.gov.br/) ou pelo aplicativo disponível em IOS e Play Store.

Matéria escrita pela jornalista Gabriella Collodetti

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