Volta às aulas: 170 mil estudantes da rede particular retornam às escolas
Pais e alunos estão otimistas com o retorno após dois anos de restrições por conta da pandemia. Sindicato das escolas particulares do DF mantêm regras para evitar infecção. Na rede pública, ano letivo começa dia 13
(crédito: Ed Alves/CB)
Depois de três anos com períodos letivos repletos de restrições, alunos do ensino particular iniciaram o primeiro semestre escolar de 2023 num cenário otimista em relação à pandemia da covid-19. De acordo com o Sindicato de Estabelecimentos Particulares (Sinepe), o Distrito Federal tem cerca de 170 mil estudantes na rede, distribuídos entre 570 escolas credenciadas.
Nesta segunda-feira (30/1), pela manhã, o Correio visitou o colégio Sigma da 912 Sul e conversou com alunos e pais sobre as expectativas para o semestre. Militar da reserva e pai de João Oliveira, 13 anos, Luiz Claudio Oliveira Ferreira, explica que, para o filho, a rotina de ir para escola de forma presencial modifica a relação com os estudos. “Ele veio desse período preso, anos complicados com muita adaptação. Com esse retorno à sala de aula, acredito que ele terá mais possibilidades de aprender, além de voltar a conviver e presenciar o dia a dia da escola”, diz. Segundo Ferreira, “foi complicado para o filho se readaptar às aulas presenciais, mas agora não vemos algo melhor do que voltar para escola e conviver com os amigos”.
De acordo com a oficial do Exército e mãe de Gabriel, 11, e do Daniel, 8, Sarah Saunders, o retorno à convivência com os colegas é essencial para que os filhos entendam a diversidade social. “Com o presencial, eles aprendem a viver no coletivo e a respeitar as diferenças. Como somos uma família judia, é muito importante criar essa consciência neles logo cedo”, diz.
Sarah conta que os filhos estavam muito ansiosos para a volta às aulas. “Esse retorno é muito bom para eles, ver os colegas todos os dias é um reencontro que faz muito bem. E agora, sem restrição, eles vão poder realmente brincar e interagir com os amigos”, ressalta.
Diretor pedagógico da unidade do Sigma, Sylvio Conti explica que as restrições impediram muitos estudantes de vivenciar algumas experiências dentro da escola. “Além do ambiente, esse alunos precisam deste contato uns com os outros. De forma que esses relacionamentos deles sejam mais verdadeiros e reais, o contato fez muita falta durante a pandemia. Nosso papel é retomar esse contato entre eles”, diz.
Conti também destaca que o trabalho com os estudantes é contínuo e que as ações de integração devem acontecer durante todo o ano. “As expectativas para este ano são as maiores possíveis, não ter restrições, abre um leque para que a gente trabalhe durante todo o ano com esses alunos, promovendo liberdade e autonomia para explorar os conteúdos”, destaca.
Marilda dos Anjos Carvalho, mãe do Eduardo Lourenço, 12, acredita que o convívio faz parte da educação. E continua: “Pela internet, se ele discute com os colegas, bata desligar o computador. Mas, na vida real não é assim, e é isso que preciso passar para ele: como lidar com pessoas”. “Essa rotina de se arrumar para escola, saber como tem que se portar, também é essencial para criar uma disciplina”, acrescenta.
Para a jornalista Cristina Della Mônica, mãe do Bernardo, 12, a expectativa é que o ano permaneça mais tranquilo em relação às condições sanitárias da pandemia. “Agora que a maioria está vacinada, sem covid-19, acredito que vai ser um ano mais ameno em relação ao contágio”, diz. Cristina reforça que o contato de alunos sem o distanciamento faz diferença para o aprendizado. Sobre o assunto, o Sinepe destaca a importância de afastar alunos e professores que apresentarem quadros gripais. Além disso, disponibilizar álcool em gel nas escolas.
- Marilda dos Anjos: “Essa rotina de se arrumar para escola é essencial para criar uma disciplina”Ed Alves/CBCristina Della com Bernado: “Acredito que vai ser um ano mais ameno em relação ao contágio”Ed Alves/CB
Ano letivo
Na rede pública, as aulas começam em 13 de fevereiro. Ao todo, são 200 dias letivos obrigatórios. Para os estudantes das Instituições Educacionais Parceiras (IEP), como as creches conveniadas, o ano letivo também começa no dia 13.
A semana pedagógica, reunião dos profissionais da educação, que ocorre antes do início das aulas para planejamento do ano letivo, acontecerá de 6 a 10 de fevereiro. Enquanto isso, as instituições parceiras terão o encontro pedagógico nos dias 9 e 10 de fevereiro.
Para os pais de alunos, a Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal informa que os uniformes da rede pública de ensino serão distribuídos gratuitamente no primeiro semestre do ano letivo a todos os estudantes. O modelo anterior poderá ser usado até a entrega dos novos.
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