Depoimentos apontam Gideon Batista como o mentor da chacina no DF
A informação veio com os depoimentos prestados pelos outros presos Horácio Carlos, Fabrício Canhedo e Carlemom dos Santos. Gideon virou amigo de Marcos Antônio na cadeia, e chegou a morar no mesmo lote da família
Gideon Batista de Menezes, um dos presos acusados de participar da chacina contra uma família do Distrito Federal, é apontado como o mentor do crime. O pescador, de 55 anos, teria sido o responsável por arquitetar o sequestro e a onda de assassinatos de 10 pessoas: a cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e os filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6; o marido dela, Thiago Belchior, 30; os sogros de Elizamar, Renata Juliene Belchior, 52, e Marcos Antônio Lopes, 54; a filha de Renata, Gabriela Belchior, 25; a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina, 55, e a filha dela, Ana Beatriz, 19.
A confirmação veio com os depoimentos prestados pelos outros presos à polícia, Horácio Carlos, 49, Fabrício Canhedo, 34, e Carlemom dos Santos, 26, — detido nesta quarta-feira (25/1), depois de se entregar na 30ª Delegacia de Polícia.
Gideon era colega de Marcos Antônio e morava no mesmo lote da família, em um condomínio do Itapoã. Eles se conheceram no Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficaram presos no mesmo pátio. Ao sair da prisão, ele manteve a amizade com a vítima, passou a ter livre acesso à residência da família e chegou a trabalhar para ele em uma agropecuária.
Nas oitivas feitas pelos investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) com os outros presos, ficou claro que todo o planejamento da chacina partiu de Gideon. Durante a sequência dos assassinatos, era ele o responsável por atear fogo nos veículos com as vítimas dentro, como foi o caso de Elizamar e dos filhos, e de Renata e Gabriela. Os dois carros foram encontrados carbonizados em Cristalina (GO) e Unaí (MG), respectivamente.
No dia em que foi preso, na terça-feira (17/1), Gideon apresentava queimaduras profundas nas mãos e no rosto, o que fortaleceu os indícios de que ele havia participado dos crimes. Ele negou e, na delegacia, manteve o silêncio. O Correio apurou que o preso foi transferido para o seguro do Centro de Detenção Provisória 2 (CDP 2), onde permanece em uma cela isolada de outros detentos.
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