Monique, mãe de Henry, deixa prisão e será monitorada por tornozeleira
Justiça decidiu pela soltura de Monique Medeiros, suspeita de participar da morte do próprio filho, por achar que ela corria risco na cadeia
Monique Medeiros, mãe do menino Henry, saiu ainda na noite de terça-feira (5/4) da cadeia no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ela deixou a prisão horas depois de a 2ª Vara Criminal do Rio autorizar sua soltura.
Agora, ela será monitorada por tornozeleira eletrônica. Monique é acusada por participação na morte do próprio filho e cumpria prisão preventiva. O julgamento segue em andamento. O ex-namorado de Monique, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, também acusado pela morte de Henry, continua em prisão preventiva.
De calça jeans e camiseta branca, Monique deixou a penitenciária acompanhada de um advogado de defesa. Ela não pode voltar à antiga residência, onde morava com Henry e Jairo. Também tem cinco dias para colocar a tornozeleira.
Também é proibida de qualquer tipo publicação em redes sociais ou mesmo a comunicação com testemunhas do processo.
“Fica, ainda, vedada à ré, enquanto perdurar a monitoração, qualquer comunicação com terceiros – com exceção apenas de familiares e integrantes de sua defesa –, notadamente testemunhas neste processo, seja pessoal, por telefone ou por qualquer recurso de telemática, assim também postagens em redes sociais, quaisquer que sejam elas, sob pena de restabelecimento da ordem prisional”, escreveu a juíza Elizabeth Machado Louro, responsável pela decisão de liberar Monique.
Justificativa
A juíza justificou a iniciativa com as ameaças sofridas pela mãe de Henry dentro da cadeia. Segundo ela, a manutenção da prisão “não favorece a garantia da ordem pública”. “Acolho o pedido da defesa de Monique para substituir a prisão preventiva por monitoração eletrônica, desde que em residência distinta daquelas até aqui utilizadas pela requerente, cujo endereço deverá permanecer em sigilo e acautelado em cartório”, disse a juíza na decisão publicada na terça-feira (5/4).
Hugo Novaes, advogado de defesa de Monique, disse ao Metrópoles que a mulher só iria para casa nesta quarta (6/4), mas a saída acabou antecipada. “Há duas semanas, despachei o pedido com todas as circunstâncias e a juíza levou em consideração que a Monique cooperou com todo o processo e não criou nenhum tipo de impedimento para atrapalhar, diferente da defesa de Jairo, que tenta atrapalhar e postergar o tempo inteiro o processo”, afirmou.
Henry foi assassinado aos 4 anos, em 8 de março de 2021. Jairinho e Monique são acusados de homicídio duplamente qualificado pela morte da criança. O laudo identificou 23 lesões pelo corpo do menino.