‘Como não ser um babaca’: e-book alerta para comportamentos e comentários machistas no trabalho e na vida

Livro é parceria do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União e do coletivo AzMina. Vendido a R$ 5,99, recursos serão usados em projetos sociais voltados para mulheres no Distrito Federal.

A maioria das mulheres já ouviu, seja no ambiente de trabalho ou na vida, frases como:

  • “Ih! Tá de TPM…”
  • “Ela é mais macho que muito homem.”
  • “Incrível! Você mesma quem fez?”
  • “Você não está exagerando?”
  • “É muito mais fácil trabalhar com homem.”
  • “Isso é coisa de mulher mal comida.”
  • “Quer direitos iguais, mas não quer trocar pneu.”

Essas e muitas outras expressões, reproduzidas diariamente, serviram de base para a criação do livro “Como não ser um babaca”, um e-book que pretende alertar para os comentários e comportamentos machistas em ambientes de trabalho e na vida em geral.

Com linguagem irreverente e dicas fáceis de aplicar, a publicação se propõe a cooperar com o processo de sensibilização dos homens para uma masculinidade que renuncia o machismo e estabelece uma prática de equidade e respeito. O e-book, lançado em março, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, custa R$ 5,99 e o valor das vendas será revertido para projetos voltados para mulheres, no Distrito Federal.

O projeto é uma parceria do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União (Sindilegis) e o instituto AzMina, que planejam lançar uma versão impressa, “em breve”. O e-book está em 1º lugar no ranking dos mais vendidos na Kindle Store.

Trecho do livro "Como não ser um babaca" — Foto: Arquivo pessoal

Trecho do livro “Como não ser um babaca” — Foto: Arquivo pessoal

‘Mudança de comportamento é pra ontem’

Viviana Santiago, consultora do AzMina, lembra que estatísticas são fartamente divulgadas, reforçando a urgência de encarar o machismo “de frente”.

“Essa mudança de comportamento é pra ontem. Com o livro queremos lançar luz sobre atitudes violentas que invadem, diminuem as mulheres, mas até hoje são percebidas como brincadeiras”, diz Viviana.

A linguagem acessível, segundo a consultora, permite uma conversa com os homens e, principalmente “deles com eles mesmos”, diz ela.

Trecho do livro "Como não ser um babaca" — Foto: Arquivo pessoal

Trecho do livro “Como não ser um babaca”

O conteúdo do guia foi elaborado a partir de relatos de violências cometidas contra mulheres e da análise de situações violentas do cotidiano, “ainda que não sejam socialmente percebidas como tal”, dizem os organizadores do e-book.https://0a68f57c93e200e5335c232cfff5b84b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Mais do que uma campanha publicitária, criamos algo relevante e duradouro. O livro é uma ação concreta que estimula a reflexão e a mudança de comportamento de homens de todas as idades e classes sociais”, conta Bruno Barra, da equipe de marketing do Sindilegis.

Elisa Bruno, que também representa o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União, diz que a obra é “extremamente necessária no contexto atual, em que as mulheres continuam a ser vítimas de comportamentos e comentários machistas, simplesmente pelo fato de serem mulheres”.

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