Justiça condena três pessoas por morte de adolescente espancado em festa no Parque da Cidade, em Brasília. Vítima tinha 16 anos e foi linchada após confusão envolvendo furto de celular, em maio de 2018. Penas variam de 19 a 22 anos de prisão; g1 tenta contato com defesas dos condenados.
O Tribunal do Júri de Brasília condenou três pessoas pela morte do estudante Victor Martins Melo, de 16 anos, durante uma festa eletrônica no Parque da Cidade, em maio de 2018. O adolescente foi espancado até a morte após ser confundido com um amigo, que furtou o aparelho celular de uma jovem na festa (relembre abaixo).
A investigação do caso apontou quatro jovens envolvidos no assassinato. No entanto, um deles, Alan Luiz da Silva Júnior, de 26 anos, foi absolvido das acusações. Os sentenciados são:
Arthur Pierre da Silva Sousa, de 27 anos: condenado a 19 anos e nove meses de reclusão; Wesley Vinícius Moreira de Melo, de 23 anos: condenado a 19 anos e nove meses de reclusão; Wellington Silva Alves, de 26 anos: condenado a 22 anos e nove meses de reclusão.
O cumprimento das penas será em regime inicialmente fechado, por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel, emboscada) e corrupção de menor. Até a última atualização desta reportagem, o g1 tentava contato com as defesas dos condenados.
Em 26 de maio de 2018, o estudante Victor Martins Melo foi agredido até a morte. Segundo as investigações, ele foi confundido com um amigo, que conseguiu fugir após furtar o aparelho de uma menina que estava na festa.
O adolescente não tinha antecedentes criminais, conforme apontou a 1ª Delegacia de Polícia, da Asa Sul, que investigou o caso. A morte de Victor foi causada por uma perfuração no coração, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML). Ele teve uma hemorragia aguda e não resistiu.
Testemunhas disseram à polícia que ele teria participado do assalto, mas a Polícia Civil viu, desde o começo das investigações que os depoimentos eram contraditórios.
A festa, chamada “Cala a boca e me beija”, foi convocada por redes sociais e, segundo os investigadores, não tinha autorização do governo.